A informação geoespacial, hoje em dia fundamentalmente obtida a partir de técnicas de Deteção Remota (DR) e de Posicionamento por Satélite (GNSS), é determinante no mapeamento da Terra, em tempo quase real, permitindo obter dados sobre o seu estado ambiental e também dados de natureza socioeconómica, constituindo assim um elemento essencial na resposta aos desafios societais.
A utilização sinergética de técnicas de DR e GNSS numa abordagem holística à monitorização da Terra, permite um novo e detalhado olhar sobre tudo o que se passa no planeta, com impacte na avaliação dos riscos naturais e tecnológicos, na otimização de rotas de tráfego, com a consequente diminuição das emissões de CO2, na seleção dos melhores locais para exploração das energias renováveis, na proteção da biosfera, no desenvolvimento de uma agricultura mais eficiente, entre outros, propiciando a adoção de medidas conducentes a um desenvolvimento mais harmonioso e sustentável.
Complementarmente, o uso massivo de smartphones, das comunicações 5G, da Internet das Coisas (IoT), dos Big Data, etc., abre novas oportunidades para a ciência cidadã, podendo impulsionar o desenvolvimento das chamadas "Geociências Humanas”, uma nova área que trata dos fenómenos naturais que estão a ocorrer no planeta, e das suas relações com as atividades humanas. O conhecimento do que se passa, a cada momento, a uma escala planetária, é fundamental na tomada de decisões com vista, por um lado, à mitigação de efeitos de catástrofes naturais e das alterações climáticas, por outro, à manutenção do equilíbrio ambiental na exploração dos recursos naturais, visando a proteção e o bem-estar, presente e no futuro, das populações.
As geociências humanas desempenharão um papel determinante na prossecução dos objetivos do desenvolvimento sustentável, sendo que a informação geoespacial constitui a base fundamental para a implementação de medidas conducentes a uma utilização ponderada dos recursos disponíveis no planeta, em direção a uma sociedade mais próspera.